A insónia ocorre quando não conseguimos dormir como deveríamos, seja por dificuldade em adormecer ou em manter o sono durante a noite.

A quantidade ideal de sono varia de pessoa para pessoa, mas a maioria dos adultos precisa de 7 a 9 horas por noite.

Embora para algumas pessoas a insónia seja apenas um incómodo, para outras pode tornar-se uma condição grave, reduzindo a qualidade de vida.

Tipos de Insónia
  • Causa
    • Primária: ocorre de forma isolada, sem relação com outros problemas.
    • Secundária: está associada a condições de saúde física ou mental e pode ser um dos primeiros sintomas.
  • Duração
    • Curta duração (aguda): dura menos de três meses e é frequentemente causada por stress ou eventos angustiantes.
    • Longa duração (crónica): dura mais de três meses e afeta mais de 10% da população. Muitas vezes, está relacionada com a saúde mental, podendo ser um sinal de depressão ou ansiedade.

Além disso, a insónia pode gerar ansiedade sobre o próprio sono, agravando ainda mais o problema.

Sintomas

A insónia manifesta-se de diferentes formas:

  • Insónia inicial: dificuldade em adormecer.
  • Insónia intermédia: dificuldade em manter o sono ou em voltar a dormir após acordar.
  • Insónia terminal: acordar cedo e não conseguir voltar a dormir.

Os sintomas durante o dia incluem:

  • Sonolência excessiva;
  • Fadiga e falta de energia;
  • Alterações de humor, como ansiedade, depressão e irritabilidade;
  • Dificuldade de concentração e memória;
  • Sensação de mal-estar geral;
  • Baixo desempenho no trabalho ou na escola;
  • Maior propensão a erros, acidentes e isolamento social.
Causas

A insónia pode ter diversas causas ou fatores que contribuem para o problema:

• História familiar: certas características do sono são herdadas.

  • Stress: preocupações com trabalho, saúde, finanças ou eventos traumáticos (como perda de um ente querido).
  • Ritmos circadianos: alterações causadas por jet lag ou trabalho por turnos.
  • Maus hábitos de sono: horários irregulares, uso de dispositivos eletrónicos à noite, ambiente desconfortável ou estimulantes antes de dormir.
  • Saúde mental: condições como ansiedade, stress pós-traumático ou depressão.
  • Medicamentos: alguns tratamentos para asma, hipertensão ou antidepressivos podem interferir no sono.
  • Condições médicas: doenças como diabetes, dores crónicas, apneia do sono, síndrome das pernas inquietas, entre outras.
  • Substâncias estimulantes: consumo de café, nicotina e álcool à noite interfere na qualidade do sono.
Consequências

A insónia crónica pode levar a complicações graves, incluindo:

  • Doenças cardiovasculares, como hipertensão e enfarte;
  • Obesidade e diabetes tipo 2;
  • Depressão, ansiedade e abuso de substâncias;
  • Risco duplicado de desenvolver depressão.
Tratamento

A insónia pode ser tratada de várias formas:

  • Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): ajuda a gerir perturbações do sono e é considerada a primeira linha de tratamento para a insónia.
  • Medicação: comprimidos para ajudar a dormir podem ser usados por períodos limitados, após exclusão de outras causas. Substâncias como melatonina ou valeriana podem ser alternativas em alguns casos.
Prevenção: Hábitos para um Sono Saudável

O que fazer:

  • Estabelecer horários regulares para dormir e acordar.
  • Relaxar antes de dormir com um banho quente, música calma ou leitura.
  • Manter o quarto confortável, escuro e silencioso.
  • Praticar exercício físico regularmente (evitando as horas próximas do sono).

O que evitar:

  • Evitar sestas longas (máximo de 30 minutos, antes das 15h).
  • Reduzir o consumo de cafeína, álcool e tabaco à noite.
  • Evitar refeições pesadas antes de dormir.
  • Não usar dispositivos eletrónicos na cama.

Se a insónia persiste e afeta as suas tarefas diárias, procure ajuda médica.

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Dra. Liliana Ferreira

Dra. Liliana Ferreira

A Dra. Liliana Ferreira é médica psiquiatra na Unisana Hospitais – Hospital do Oeste Soerad. Com uma formação diversificada e experiência em psiquiatria geral e comunitária, dedica-se ao tratamento de perturbações do espectro afetivo e dependências. Além disso, tem experiência em intervenções na área da psicose e cuidados de saúde mental comunitários.