A depressão é uma perturbação mental comum, classificada como uma perturbação do humor, que afeta tanto o cérebro como o corpo.

Esta condição provoca sentimentos de tristeza profunda ou infelicidade, muitas vezes acompanhados de pensamentos negativos sobre si mesmo, o passado e o futuro.

No entanto, a depressão não é o mesmo que tristeza. É natural sentir tristeza em situações difíceis, como a perda de alguém querido, o fim de um relacionamento ou o desemprego. Na depressão, porém, a tristeza é constante e intensa, impedindo a pessoa de encontrar prazer nas atividades que habitualmente apreciava.

Muitas pessoas com depressão não reconhecem os sinais e sintomas iniciais. Apenas quando a condição interfere significativamente na sua vida, limitando atividades diárias ou fazendo a vida parecer inútil, procuram ajuda.

Tipos de Depressão
  • Depressão bipolar: alternância entre períodos de depressão e energia elevada.
  • Depressão perinatal e pós-parto: ocorre durante a gravidez ou até um ano após o parto.
  • Depressão persistente (distimia): episódios de depressão crónica, sem intervalos de recuperação.
  • Perturbação disfórica pré-menstrual: afeta mulheres nos dias que antecedem o período menstrual.
  • Depressão psicótica: acompanhada de delírios ou alucinações.
  • Depressão sazonal: surge em estações específicas, como no outono e inverno, melhorando na primavera e verão.
Causas da Depressão

A depressão pode ter causas internas (endógenas) ou externas (exógenas), dependendo de fatores genéticos, psicológicos ou ambientais:

  • Genéticos: antecedentes familiares aumentam o risco.
  • Personalidade: baixa autoestima e pessimismo são fatores predisponentes.
  • Ambientais: eventos de vida negativos (como luto, divórcio ou desemprego) e exposição contínua a violência ou pobreza tornam algumas pessoas mais vulneráveis.
  • Condições médicas: doenças crónicas, incapacitantes ou o uso de álcool e drogas podem agravar a depressão.
Sintomas da Depressão

A depressão manifesta-se de forma variada, com sintomas emocionais, físicos, comportamentais e cognitivos:

  • Emocionais
    • Tristeza constante;
    • Ansiedade e angústia;
    • Falta de motivação e desesperança;
    • Irritabilidade e apatia;
    • Culpa excessiva e dificuldade em tomar decisões.
  • Físicos
    • Cansaço persistente;
    • Alterações no sono (insónia ou excesso de sono);
    • Problemas de apetite e peso;
    • Dores físicas e gastrointestinais.
  • Comportamentais
    • Evitar atividades ou pessoas;
    • Descuido com a aparência e higiene;
    • Dificuldade em trabalhar ou estudar;
    • Crises de choro excessivas.
  • Cognitivos
    • Dificuldade de concentração e memória;
    • Sentimentos de inutilidade;
    • Pensamentos suicidas.
Consequências da Depressão

A depressão não tratada pode levar a sérias complicações:

  • Físicas: sistema imunitário enfraquecido, maior risco de doenças cardiovasculares, diabetes e até cancro.
  • Sociais: relações interpessoais prejudicadas e isolamento.
  • Psicológicas: maior risco de abuso de substâncias e suicídio.

O diagnóstico precoce e o tratamento são essenciais para evitar estas consequências.

Tratamento da Depressão

Cada caso deve ser avaliado por um médico, que determinará o tratamento mais adequado com base nos sintomas e necessidades individuais.

  • Medicamentos
    • Os antidepressivos são geralmente prescritos, sem causar dependência.
    • Melhorias no sono, apetite e concentração surgem primeiro, com efeitos completos após 2 a 4 semanas.
    • A interrupção da medicação deve ser feita gradualmente, sempre com supervisão médica.
  • Psicoterapia
    • Ajuda a lidar com as causas emocionais da depressão.
    • Pode incluir sessões individuais ou familiares, promovendo o bem-estar psicológico.
  • Outras Opções
    • Estimulação cerebral em casos graves, como a estimulação do nervo vago ou eletroconvulsivoterapia.
Prevenção da Depressão

Adotar hábitos saudáveis é essencial para prevenir recaídas e melhorar o bem-estar:

  • Exercício físico: funciona como um antidepressivo natural.
  • Alimentação saudável: mantém o equilíbrio entre o cérebro e o sistema digestivo.
  • Evitar substâncias prejudiciais: como álcool, tabaco e drogas.
  • Participação social: manter laços com amigos e familiares.
  • Higiene do sono: criar uma rotina de descanso e evitar dispositivos eletrónicos antes de dormir.
  • Reflexão diária: dedicar tempo a momentos de relaxamento e gratidão.

Se os sintomas persistirem, procure ajuda profissional. A depressão não é uma escolha, mas uma doença que tem tratamento.

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Dra. Liliana Ferreira

Dra. Liliana Ferreira

A Dra. Liliana Ferreira é médica psiquiatra na Unisana Hospitais – Hospital do Oeste Soerad. Com uma formação diversificada e experiência em psiquiatria geral e comunitária, dedica-se ao tratamento de perturbações do espectro afetivo e dependências. Além disso, tem experiência em intervenções na área da psicose e cuidados de saúde mental comunitários.