O joanete, também conhecido como hallux valgus, é uma deformidade progressiva que afeta o dedo grande do pé. Nessa condição, o osso do hallux desvia-se em direção aos outros dedos, alterando assim o seu alinhamento natural. Em termos de frequência, trata-se da patologia mais comum nos pés dos adultos, afetando aproximadamente 30% da população.

Além disso, as mulheres são até 15 vezes mais propensas a desenvolver joanetes. Isso deve-se, em grande parte, ao uso frequente de calçado inadequado, como sapatos apertados ou de salto alto. Para além desses fatores externos, a hereditariedade também desempenha um papel relevante: cerca de 70% das pessoas com joanetes têm antecedentes familiares da condição.

Ainda que a progressão do joanete seja geralmente lenta, a deformidade tende a agravar-se com o tempo, especialmente se não for tratada de forma adequada e atempada.

Quais são os sintomas do joanete?

Os sinais e sintomas do joanete podem variar de pessoa para pessoa. No entanto, os mais comuns incluem:

  • Dor, sobretudo ao usar calçado, embora possa ocorrer mesmo em repouso;

  • Inflamação e vermelhidão na articulação afetada;

  • Dormência ou formigueiro na zona do joanete;

  • Sensação de queimadura ou ardor;

  • Conflito com o segundo dedo, podendo originar o chamado “dedo em garra”.

À medida que a condição evolui, os sintomas tendem a intensificar-se, comprometendo o conforto e a mobilidade do paciente.

O que causa o joanete?

Existem vários fatores que podem contribuir para o desenvolvimento desta deformidade. Entre os principais, destacam-se:

1. Genética e hereditariedade
Antes de mais, a predisposição genética é uma das causas mais relevantes. Muitas pessoas desenvolvem joanetes por herdarem uma estrutura óssea mais propensa a esta alteração.

2. Tipo de pé
Além disso, indivíduos com o chamado pé egípcio — ou seja, quando o dedo grande é mais comprido do que os restantes — têm maior probabilidade de desenvolver joanetes.

3. Doenças associadas
Por outro lado, doenças inflamatórias como a artrite reumatoide também podem favorecer o surgimento do joanete.

4. Uso de calçado inadequado
Por fim, sapatos muito estreitos, com bico fino ou salto alto exercem pressão sobre o dedo grande, acentuando o desalinhamento e contribuindo para a evolução da deformidade.

Como é feito o diagnóstico?

Na maioria dos casos, o diagnóstico do joanete é clínico, realizado por um ortopedista com experiência em patologias do pé. No entanto, em determinadas situações, é recomendável recorrer a exames complementares, como:

  • Radiografia em carga (de pé): fundamental para medir os ângulos do desvio e avaliar a gravidade da deformidade;

  • Ressonância magnética: útil quando há dúvidas no diagnóstico ou suspeita de outras condições associadas (embora não seja um exame de rotina).

Qual é o tratamento para joanetes?

O tratamento do joanete pode ser conservador ou cirúrgico, consoante a gravidade da condição e o impacto que ela tem na qualidade de vida do paciente.

Tratamento conservador

Embora não reverta a deformidade, o tratamento conservador pode aliviar significativamente os sintomas e melhorar o conforto diário. São exemplos:

  • Uso de calçado apropriado, com espaço adequado para os dedos;

  • Aplicação de órteses de correção, como separadores interdigitais;

  • Administração de anti-inflamatórios, sempre sob orientação médica;

  • Exercícios específicos para fortalecer a musculatura e melhorar a mobilidade do pé.

Tratamento cirúrgico

Se, apesar destas medidas, o desconforto persistir, a cirurgia torna-se a solução definitiva. Existem duas abordagens principais:

1. Cirurgia clássica (aberta)
Neste método, realiza-se uma incisão maior para corrigir a deformidade. Apesar de ser mais invasiva, é recomendada para casos mais severos.

2. Cirurgia minimamente invasiva (percutânea)
Já esta técnica utiliza pequenas incisões (de apenas alguns milímetros), resultando numa recuperação mais rápida e menos dolorosa. Além disso, tem-se tornado cada vez mais popular pela sua eficácia e menor agressividade.

Como prevenir joanetes?

Apesar de existirem fatores genéticos, é possível adotar medidas preventivas eficazes. Veja algumas recomendações importantes:

  • Opte por calçado confortável, que respeite o formato natural do pé;

  • Evite o uso prolongado de saltos altos, principalmente os que não oferecem apoio adequado;

  • Altere a altura e o tipo de calçado ao longo do dia, sempre que possível.

A adoção destes cuidados ajuda não só a prevenir o joanete, mas também a evitar o agravamento da deformidade em quem já apresenta os primeiros sinais.

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Dr. Jorge Sena

O Dr. Jorge Sena é especialista em Ortopedia e Traumatologia, com foco cirúrgico no pé e tornozelo, incluindo técnicas minimamente invasivas, na Unisana Hospitais. Possuí formação complementar nacional e internacional, em medicina desportiva e acompanhamento de atletas. Além de ser autor e coautor de diversas publicações científicas.