A depressão é uma perturbação mental muito comum, mais concretamente uma perturbação do humor, que afeta tanto o cérebro como o corpo de qualquer pessoa.
A depressão provoca sentimentos de “tristeza” ou “infelicidade”, acompanhados de pensamentos negativos acerca de si próprio, do seu passado e futuro.
Mas a depressão não é tristeza. Quando se perde alguém querido, um emprego ou o fim de um relacionamento, são experiências difíceis que é normal envolverem sentimentos de tristeza, mas esta tristeza não é estar deprimido. Na depressão, a tristeza é profunda e contínua, impedindo de desfrutar das coisas que habitualmente gostam.
Quando existe depressão, as pessoas têm sinais e sintomas, mas podem não se aperceber disso. Geralmente, as pessoas só começam a sentir que têm um problema grave quando não conseguem livrar-se dele, quando este começa a ter um efeito negativo sobre a capacidade de realizar as suas atividades diárias, ou quando se torna tão grave que a vida parece inútil.
Tipos de Depressão
Depressão bipolar: pessoas com perturbação bipolar têm períodos de depressão e períodos de energia mais alta.
Depressão perinatal e pós-parto: pode surgir em mulheres gravidas um pouco antes do parto e/ou até um ano após o nascimento do bebé.
Depressão persistente ou distimia: depressão grave e crónica recorrente, sem recuperação entre os episódios.
Perturbação disfórica pré-menstrual: afeta mulheres nos dias ou semanas antes do período menstrual.
Depressão psicótica: depressão acompanhada de delírios e/ou alucinações,
Depressão sazonal: pode surgir periodicamente relacionada com as estações do ano, geralmente no Outono e Inverno. Muitas vezes, depressão diminui na Primavera e Verão.
Causas da Depressão
A depressão pode ser causada por estímulos endógenos (relacionados com a própria pessoa) ou exógenos (relacionados com as situações adversas que rodeiam a pessoa). Existem vários fatores considerados como de risco e que podem influenciar o prognóstico e tratamento:
Sintomas
A depressão pode manifestar-se com vários tipos de sintomas, que podem variar de leves a moderados. À primeira vista, podem ser confundidos com os de outras doenças mentais. Além disso, a pessoa com depressão geralmente não percebe os sintomas até atingir um estado avançado da doença.
Emocionais
Físicos
Comportamentais
Cognitivos
Consequências da Depressão
Muitas vezes, a depressão passa despercebida e não é diagnosticada, sobretudo por falta de reconhecimento da depressão como doença e devido ao estigma associado à doença.
Quanto mais tarde for o diagnóstico, maior o tempo de depressão não tratada corretamente, o que vai dificultar o controlo da doença e poderá desencadear outros problemas. O sistema imunitário vulnerável pode ser uma consequência grave, predispondo o organismo a infeções, doenças cardiovasculares e autoimunes, como o lúpus e diabetes. Há alguns casos que reforçam uma possível relação entre a depressão e o cancro.
Além disso, dormir mal prejudica as capacidades cognitivas e a ansiedade prolongada pode proporcionar o consumo de álcool, tabaco ou outras substâncias psicoativas. Por vezes, alguns sintomas depressivos não são reconhecidos e podem levar à procura de respostas nas várias especialidades médicas, com perda de tempo e dinheiro.
As consequências sociais também podem ser graves, pois a irritabilidade prejudica o relacionamento com os outros, o que agrava ainda mais a depressão.
Além disto, a depressão não tratada aumenta o risco de suicídio.
Tratamento da Depressão
Cada situação deve ser avaliada por um médico especialista, pois só assim será possível compreender a gravidade e qual é o tratamento mais adequado. Mesmo em casos mais graves, a depressão pode ser tratada. Quanto mais cedo o tratamento, melhores os resultados obtidos. Geralmente, a depressão é tratada com medicamentos, psicoterapia ou combinação dos dois.
O tratamento recomendado para cada pessoa é baseado na gravidade dos sintomas (leves, moderados e graves), na preferência do doente e na presença ou não de outras doenças.
Medicamentos
Os medicamentos podem aliviar os sintomas. Geralmente, os antidepressivos são os principais medicamentos para o tratamento da depressão. Como existem muitos tipos diferentes, para cada pessoa é escolhido o mais apropriado. Os antidepressivos não criam dependência e não são sedativos.
É recomendada a toma durante alguns meses após melhoria dos sintomas. Quando estiver na hora de parar a medicação, com a ajuda do médico, a dose deve ser lenta e seguramente diminuída, conhecido como “desmame”.
Geralmente, os sintomas como o sono, o apetite e os problemas de concentração melhoram primeiro que o humor deprimido. Por isso, é importante esperar algum tempo para a medicação começar a ter efeito (2 a 4 semanas). Em algumas situações, pode ser necessário usar outro tipo de medicação como os estabilizadores de humor ou antipsicóticos
A introdução e suspensão de medicamentos deve ser sempre sob orientação médica.
Psicoterapia
Os medicamentos podem ser prescritos em conjunto com a psicoterapia, para aumentar os benefícios.
A psicoterapia é um tratamento psicológico que visa reduzir o sofrimento psicológico e contribuir para o seu bem-estar físico e psíquico. Vários tipos de psicoterapia podem ajudar as pessoas a trabalhar as causas emocionais que podem estar na origem da depressão.
Além disso, pode envolver apenas a pessoa com depressão ou incluir outras pessoas. A terapia familiar também pode ser indicada quando houver necessidade de envolver pessoas do convívio próximo.
Outras opções de tratamento
Em casos graves que não respondem aos tratamentos anteriores, podem optar-se por outras técnicas de estimulação cerebral como:
Prevenção da Depressão
A depressão tem recaídas e prevenir é o melhor remédio. As mudanças nos estilos de vida trazem benefícios:
Estas atitudes podem ajudar a promover o bem-estar e a contribuir para o efeito terapêutico dos medicamentos e da psicologia.
A Depressão não é uma escolha. É uma doença e que tem tratamento! Procure ajuda.